quarta-feira, 30 de abril de 2008

Senta que lá vem a história...

Estava eu, Gabriela, filha caçula de Genilva (por causa de Jorge Amado e não pela letra que dá início ao nome das duas), lá pelos meus 15 anos, almoçando na casa da Fê, a bailarina deste blog. Estava também sua mãe e Eduardo, seu namorado. E Edu começou a contar uma história sobre um porteiro de prédio que havia cometido um erro um tanto bizarro e corriqueiro, não me lembro o quê.

- Absurdo o que ele fez, não é? Mas também, olha só o nome do cara: Genival! Credo! - disse, sem fazer idéia que ali estava uma integrante da família que mais rendeu assuntos em mesas de almoço como aquela em toda a região.

- Eduardo! - gritou a Fê - Por favor, fica quieto.

Eu comecei a rir, lógico. O coitado não tinha culpa. E apesar de já estar super acostumada com os nomes dos meus tios, eu sabia que Genival não era o nome mais lindo do mundo. Ri e expliquei.

- Calma, Edu, Genival é o nome do meu tio, o mesmo do meu avô.


Todos riram mais um pouco e voltaram a comer. Edu olhava quieto para o prato, pensando no que tinha falado e no que poderia dizer em seguida para amenizar a situação, quando soltou:

- Tá bom, vai. Genival tudo bem, mas, por favor, Genivaldo não dá. Ô nominho feio, peloamordedeus!

- Eduardoooooooooo. Fica quieto, meu! - gritou a Fê, mais uma vez.

E eu, rindo, não me agüentei:

- Caaaaaaalma, Edu. Sabe o que é? Na família da minha mãe é assim. Genilva, Genival Júnior, Genivaldo, Genilson, Genalva e, pra fechar com chave de ouro, Wasthy Nilson. Relaxa, tô acostumada com foras como o seu!

Edu quase morreu de vergonha, mas todos riram, até a Fê, que vivia implicando com o pobre do namorado.

Eu já estou acostumada. Genilva, minha mãe, é filha de Genilval e Julieta, meus queridíssimos avós, que se separaram logo depois do casamento dos meus pais, há mais de trinta anos. Tia Ge é a irmã mais velha de seis irmãos. Aí vem Genival Júnior, o tio Ge; Genivaldo, o tio Babau e meu dindo; Genilson, o tio Toca; Genalva, a Biti; e o primo Wasthynilson, o tio Wasthy, criado pelos tios desde pequeno, aproveitando o lugar deixado por José, segundo filho de Julieta e Genival, falecido logo após vir ao mundo.

Genilva, orgulhosa e apreciadora de seu próprio nome, conta que as alcunhas sempre foram motivos de histórias em almoços de família entre seus amigos. “Aquela família em que todos os nomes começam com ‘Ge’, hahaha” ou “Seu Genival era um egocêntrico, queria todos os filhos carregando seu nome”; e até programa especial do quadro clássico “Senta que lá vem a história”, do programa infantil dos anos 80 Rá-Tim-Bum, teve. Nunca se soube ao certo o motivo, mas eu acredito que seja uma mistura bem brasileira de egocentrismo do meu avô, sim, com uma pitada de nordestinismo clássico de quem nasceu na Paraíba e teve os filhos em Natal, no Rio Grande do Norte. Para ser sincera, não teria tanta coragem de fazer anagramas com o meu próprio nome para chamar meus filhos, mas confesso que a-d-o-r-o.

Dezembro 2007

Frase do dia

Aprendi que tudo passa tomando chá ou cachaça, champanhe ou não.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Frase do dia

Ouse ser feliz desde agora e não espere que a felicidade chegue amanhã, afinal, amanhã é um dia que nunca chega.

* Eugênio Sales Queiroz é especialista em Comportamento Humano.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Frase do dia

Deixe a sua natureza se manifestar.

Essa vida moderninha

Estamos vivendo de um jeito superficial. Profissionalmente, perdemos a coragem de arriscar, de sermos aquilo que realmente queremos ser quando crescermos. Todo mundo diz que a vida está difícil e que é preciso agradecer só pelo fato de se ter um emprego. Se for fixo e com registro em carteira, então, nem se fale! Mas e os sonhos?

Começamos a labuta cedo, muitas vezes antes da faculdade, e aos vinte e poucos anos já temos uma estabilidade muito estranha. Mas peraí. Não é aos vinte e poucos anos que se tem mais facilidade em arriscar, em tentar o novo, em fazer umas loucurinhas, que tudo bem, o tempo “perdido” nessas tentativas não vai ser tão perdido assim como depois dos 30? Tanta modernidade e esses velhos medos ainda nos rondam.

Se o assunto é relacionamento, o negócio fica ainda mais complicado. Liberdade! Ah, que gostoso. Podemos ir e vir, sair com quem a gente quiser, o quanto a gente quiser e, o melhor, do jeito que a gente quiser. E ninguém vai vir com moralismo para cima de nós, afinal, hoje em dia tudo é permitido. Será? Permissão talvez se tenha, nos dias de hoje ninguém tem muita moral para dizer que nunca fez ou faria isso ou aquilo. Mas e a pressão interna? Aquele medo e a pergunta “será mesmo que isso é legal?”. Se estamos namorando, temos a sensação de que estamos perdendo algo. Se estamos solteiros, bate um vazio e uma vontadezinha constante de ter alguém.

Vivemos uma época de incertezas. Você conhece alguém e começam a sair. Uma, duas, três vezes. Ninguém toca no assunto “nós”, porque o “nós” não existe. E você começa a se envolver, afinal, não estaria saindo com alguém pelo menos uma vez por semana e falando com ela quase todos os dias, seja por telefone, e-mail ou MSN, se não tivesse um pouco de interesse. Mas você não se sente no direito. Se vocês não namoram (coisa que nem entrou em questão), você tem que achar normal a outra pessoa sair com outras pessoas e tem que ter vontade de fazer o mesmo. Afinal, você está solteiro! E aí, entra o sexo, beijos loucos, risadas gostosas e muito, mas muito carinho. Carinho. Não que todo mundo tenha que estar apaixonado para fazer sexo, dar beijos loucos, risadas gostosas e carinho, claro que não. Mas na vida moderninha é possível ter isso com qualquer um e com quantos “qualquer um” a gente quiser. Quantidade e não qualidade. E o que me intriga é que no fundo essa busca louca pela quantidade, por aumentar listinhas, não vem de dentro, mas de uma imposição externa. É válido sim conhecer pessoas, trocar experiência e energia. Mas é mais válido ainda ser sincero um com o outro e perceber quando é hora de se afastar, ou quando é hora de se aproximar, de se permitir.

E isso traz de volta a vida profissional. Antigamente as pessoas começavam a trabalhar mais tarde e paravam de trabalhar mais tarde. Hoje, começamos cedo, mas também paramos cedo. Aos 50 anos, dependendo da profissão, a pessoa é considerada velha demais para aquilo. Então, aos 20 e poucos, você tem menos de trinta anos para conquistar muito dinheiro e estabilidade, e garantir um bom futuro. E o que acontece? Por imposição exterior, não sabemos quando é hora de nos afastarmos ou de nos jogar de cabeça e, o pior, não nos permitimos, nem nos arriscamos.

Temos que ser verdadeiros o tempo inteiro com nós mesmos. A verdade esta lá dentro e não do lado de fora, aos olhos dos outros. Não temos que namorar porque nos disseram que “essa vidinha de solteiro é vazia”, nem temos que terminar o nosso namoro porque falaram que a vida de solteiro é muuuuito mais divertida. Não temos que sair fazendo sexo com todo mundo porque sexo é bom, nem temos que deixar de fazê-lo porque é feio. E não temos que trabalhar em um lugar só por dinheiro e/ou porque é um lugar divertido – mas que realmente não alimenta a alma –, como não temos que sair pedindo demissão por qualquer coisa. Chega te viver sempre um passo à frente!

Caretice é relativa, modernice também. E conselho é bom sim, ajuda muito, mas cada um com a sua verdade e com as suas escolhas. Ninguém tem o direito de julgar, olhar feio ou estranhar a atitude do outro. Principalmente quando estamos quase explodindo por dentro com a vontade de poder dizer a verdade, seja em relação ao amor, ao carinho, ao afeto ou ao trabalho.

Cada um na sua, mas todo mundo junto.


Gabi - Agosto/2007

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Frase do dia

Se a fé move até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Despedidas

A palavra já nos remete à algo triste. Dizer tchau não é uma tarefa fácil. Existem despedidas curtas, despedidas longas, com choro, sem choro, com a certeza de que verá a pessoa de novo, com a esperança de vê-la de novo, com a dúvida, e com a certeza do nunca mais.

Se pararmos para reparar como as crianças se despedem poderíamos aprender com elas. Como sempre! Elas se despedem dos pais, como se nunca mais fossem vê-los. Choram, abraçam e dão beijos. Se despedem dos amigos com brilho nos olhos, provavelmente pensando que tudo que passaram juntos valeu a pena. Eu nunca fui boa em despedidas, não sei se por causa da minha eterna emoção à flor da pele ou pelo simples fato de as pessoas terem extrema importância na minha vida.

Nas despedidas para sempre eu costumo ficar meio de longe, não gosto do clima, dos rostos das pessoas, da energia. Talvez esse devesse ser um momento um pouco mais alegre. Sempre penso que aquele que se foi não gostaria de fazer tantas pessoas chorar. E que elas talvez estejam num lugar bem melhor que nós.

Nas despedidas em que tenho certeza que verei a pessoa em breve, costumo ser calorosa, porque, assim como as crianças, gosto de demonstrar que aquele tempo que passamos juntos valeu a pena. Mesmo se dali a pouco nos virmos de novo, demonstrar o que foi bom nunca é perda de tempo.

Nas despedidas em que não sei quando voltarei a ver a pessoa, sofro mais. Principalmente quando é uma pessoa querida. A incerteza de quanto tempo levará o reencontro me incomoda. E há ainda uma outra coisa que me incomoda mais. O valor que damos a alguém quando sabemos que não vamos mais vê-la ou que vai demorar um bom tempo. Ser humano é burro! Queria de verdade entender porque só damos valor à algo quando perdemos. E não adianta vir com falso moralismo dizendo que não faz isso. Todos fazem! Ou pelo menos já fizeram.

Acho que as pessoas deveriam falar mais o que sentem, sem medo de repreensão. Mais do que isso, acho que as pessoas deveriam perguntar o que as outras sentem em relação à ela. Deveria virar um hábito. Mas a resposta do outro não deveria influenciar na sua vida. Seria apenas questão curiosidade e hábito de se falar e ouvir os sentimentos. Talvez assim perceberíamos que o que é importante para nós e que o que nos faz bem está logo ali na nossa frente.
Fê - Março 2008

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Bem vindos!

Sim, começamos o nosso blog.
O nome tem explicação: esbanjamos juventude, pois somos duas garotas - Gabi, a jornalista, e Fê, a bailarina - vivendo tudo o que a vida tem a nos oferecer. Uhuuu.
Esperamos que gostem!