segunda-feira, 30 de junho de 2008

Personal Tudo

E se tivéssemos alguns profissionais exclusivos para tornar a nossa vida mais fácil?

Em alguma mesa de bar, filosofando sobre a vida, resolvemos fazer uma listinha com os profissionais que gostaríamos de ter à nossa disposição:

- Uma secretária e/ou boy para resolver as coisas de banco e enfrentar filas burocráticas;
- Um produtor de moda para dar um tapa meu guarda-roupa e ajudar em dias de eventos especiais;
- Um maquiador/cabeleireiro para festas e eventos especiais e, no caso da Fê (claro), para fazer 'aquela' escova diária;
- Revisores de plantão para ajudar em qualquer momento, inclusive para escrever um simples e-mail;
- Um nutricionista;
- Um personal trainer.
- Uma manicure;
- Uma depiladora;
- Uma costureira para fazer nossas roupas idealizadas e ajustar toda e qualquer peça, principalmente no tamanho pequeno da Fê;
- Um chef de cozinha;
- Um fotógrafo;
- Um massagista;
- Um administrador para fazer nosso dinheiro render.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Frase do dia

Tudo ao contrário de como funciona o tempo moderno.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Era uma vez...


...em uma pequena aldeia francesa no final do século XVIII, uma jovem chamada Bela. Atraente e inteligente, ela se refugia nos livros da rotina tediosa de sua vida provincial – e dos incansáveis galanteios de seu belo, mas brutal, pretendente, Gastão. Seu pai, Maurice, é um inventor visto como um louco. Um dia, Maurice vai a uma feira demonstrar sua nova invenção e acaba se perdendo na floresta e é atacado por lobos. Ele procura abrigo em um castelo, mas acaba se tornando prisioneiro de uma horrenda Fera. Senhor do castelo, a Fera é, na verdade, um príncipe que foi amaldiçoado por uma feiticeira quando negou abrigo a ela. Bela sente que algo aconteceu com seu pai e vai à sua procura. No castelo, faz um acordo: se seu pai fosse libertado ela ficaria no castelo para sempre. A Fera concorda e todos os "moradores" do castelo, que lá vivem e também foram transformados em objetos falantes, sentem que esta pode ser a chance do feitiço ser quebrado. Mas isto só acontecerá se a Fera amar alguém e esta pessoa retribuir o seu amor. Com a ajuda do bule de chá, do candelabro e do relógio, Bela logo passa a ver que por trás da aparência assustadora da Fera se esconde o coração e a alma de uma boa pessoa. Enquanto Bela conhece melhor a Fera, todos assistem ansiosos à quedas pétalas de uma rosa encantada, pois quando a última cair o feitiço não poderá ser mais desfeito...

O final é feliz, claro!


Esse sempre foi o meu conto de fadas preferido. Um dia me perguntaram o motivo, eu disse que gostava porque a princesa é morena. Há!


Eu mesma não achei essa explicação o suficiente e comecei a prestar atenção em outros fatos interessantes: nesse conto de fadas, a Bela não começa a história como princesa. Ela também não foi salva por um príncipe encantado. Na verdade, ela é que salvou o príncipe. E ela não quis se trancar no castelo para conquistá-lo, mas sim para salvar seu pai e, depois, pelo desafio de fazer com que a Fera assumisse o seu lado bom.


Eu percebi que o que me faz adorar essa história é o desafio que a atraiu e a crença de que todo mundo tem o seu lado bom. E se alguém for me fazer princesa, há, esse alguém sou eu mesma.


Agosto 2007

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Ah, vai malhar!

Tá, tudo bem. Uma lipo pode te ajudar a perder aquelas gordurinhas que nunca iam sair com regime ou exercício. Você tem pouco peito ou seu seio deu uma murchadinha com o passar dos anos, e você não se sente confortável com isso, vai lá e coloca silicone. Apesar de não ser uma peitudona, gosto daquilo que Deus me deu e não tenho a menor vontade de colocar silicone, mas entendo. Bunda, então, tenho bem pouquinho e também nem considero fazer uma cirurgia punk daquelas. Mas beleza, essa cirurgia é meio moda para quem gosta de seguir o tal o padrão estético da mulher brasileira (há quem ache a mulher melancia um sex simbol...). Agora, por favor, silicone na batata da perna para "garantir um visual turbinado"???

Segundo essa
matéria que acabei de ler no G1, colocar prótese de silicone na panturrilha é a nova sensação entre mulheres insatisfeitas com o próprio corpo. Até acredito que elas devam fazer o básico - comer bem, fazer uma atividade física e ter hábitos saudáveis -, e até mesmo malhar muito na academia. Mas essas loucas têm a coragem de pagar R$7 mil para se submeterem à cirurgia que deixa uma "pequena" cicatriz atrás do joelho. E, ao final, dizem que se sentem uma nova mulher.

Imagina só como deve ficar desproporcional. E, se colocar a mão num peito de silicone já é estranho, imagina numa batata da perna gelatinosa. Ok, homens, eu sei que tem fetiche nisso, mas é só lembrar de Feiticeira (na época trash da Casa dos Artistas), Susana Vieira e Angêla Bismarck, a campeã das bizarrices: quer entrar no livro dos recordes pelo número de plásticas que já fez (?!?), chegou fazer uma cirurgia de orientalização (hahaha) nos olhos para parecer japonesa no carnaval e vai fazer (ou já fez, sei lá) uma cirurgia para voltar a ser virgem e satisfazer uma fantasia do marido.

Sem noção...

essa aqui é uma matéria interessante sobre o ponto de vista de um cirurgião plástico que é contra esses excessos.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Frase do dia

Well there's nothing to lose
And there's nothing to prove
I'll be dancing with myself

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Lerê lerê

Ai ai, são 22h e eu aqui trabalhando. Na verdade, estou desde às 19h simplesmente ESPERANDO a porra do motoboy que não chega, se perdeu, foi jantar, sei lá, só sei que ele não chega. Já fucei no Orkut de todo mundo, já mandei imprimir umas fotos digitais, já li todos os blogs, não tem mais ninguém no MSN e o UOL já parou de atualizar de 5 em 5 minutos. Nem trabalho para adiantar não tenho, pois cheguei aqui mais cedo hoje para, justamente, terminar tudo o que estava pendente...
Ainda bem que aqui eu tenho 66 pastas de fotos (sem brincadeira). Essas pastas se tornam grandes companheiras. Tem foto de viagens - Ilha Grande, praia do Sono, Europa, Noronha -, do carnaval - que há três anos passo em São Luis do Paraitinga -, de festas do trabalho, aniversários, casamentos, feriados em Atibaia.
Então fico aqui, só lembrando dos momentos e das pessoas, das risadas...

...

Há. O motoboy chegou. Em 15 minutos fiz tudo. Há.
Bom, chega desse post, vou pra casa. Ou melhor, vou jantar num japa bem gostoso com a Fê.

Fui!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dia dos Namorados/Sexta-feira 13

Não podia existir analogia melhor do que essa: um dia dos namorados, seguido de uma sexta-feira 13.
Claro, pra mim, que sou solteira. E que mesmo quando estou namorando, acho essa uma das datas mais comerciais que já inventaram. Um casal tem suas próprias datas comemorativas, dia que começou a namorar, dia do primeiro beijo, dia que ganhou o primeiro bilhetinho, a primeira carta, o primeiro presente, o primeiro amasso mais forte. Enfim, todas essas baboseiras que TODO casal tem. Não precisa de uma data mundial dos namorados. Dia esse que se torna um inferno para aqueles que querem comemorar. Os restaurantes ficam lotados, com filas quilométricas de espera, os motéis ficam completamente sem condições de entrar, cinemas transbordando de gente, e assim vai. Até o shopping, pra comprar aquele presentinho, fica um inferno. Ou seja, a perfeita definição da sexta-feira 13, que neste ano veio logo em seguida.
Achei a comparação inevitável, e bem sarcástica, levando em conta que eu fiquei feliz e contente sozinha na minha casa, depois de um dia exaustivo de trabalho. Sem me preocupar em gastar dinheiro, o que dar de presente, que roupa usar, aonde ir, se ia gostar do presente que ia ganhar, se ia ter que trocar. Claro que um beijinho do namorado logo cedo também não faz mal a ninguém, mas nesse caso, essa “data comemorativa” no meu calendário não existe.

E boa sexta-feira 13!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ter saudade no final da tarde II

No post anterior eu disse que um dos meus primos de Natal me convenceu a ir para Fernando de Noronha. Pois é, eu mal me planejei para ir a Natal, e ir a Noronha nem passou pela minha cabeça, já que esse sempre me pareceu um destino muito, mais muito caro. Mas meu primo me convenceu a pedir um orçamento e quando eu percebi que poderia recorrer ao cartão de crédito, foi só agir no impulso (como grande parte das coisas que faço na vida, sem arrependimentos futuros) e fechar o negócio. Eu fui pela agência Noronha Brasil. Depois de Natal, Pipa e São Miguel do Gostoso, arrumei minha mala com um baita sorrisão no rosto e fui para o aeroporto.

O esquema é ir para Noronha de coração aberto. Você paga caro e recebe por isso muita simplicidade, mas também muita beleza natural. A ilha tem a menor BR do Brasil, com 7,5km e muitas ruas e estradinhas de terra. Nela corre uma linha de ônibus que vai do Porto de Santo Antônio até a Baía do Sueste. Poucos guias falam inglês, mesmo grande parte dos turistas sendo de estrangeiros. No entanto, o povo é extremamente hospedeiro. A maioria das pousadas lá é da classe “turística” e são domiciliares. Mas há também pousadas “executivas” e “VIP”, como a Pousada Maravilha, do Luciano Huck, que custa cerca de R$1.800 a diária e tem uma vista incrível para a Baía do Sueste. Eu fiquei em uma domiciliar, claro, a Pousada Lenda das Águas, que apesar de simples, é super aconchegante e eu adorei os donos, Eugênio e Maria José – tão fofos que em uma noite ofereceram um jantar aos hospedes!
Posso dizer que chegar em Noronha e ver o Morro Dois Irmãos foi como chegar em Paris e ver a Torre Eiffel. É tudo muito lindo! Eu juro que ficava agradecendo a cada paisagem nova. A minha vontade era ter levado todos os meus amigos mais queridos para verem e viverem tudo aquilo comigo, principalmente aqueles que eu sei que amam estar na praia!

Eu fiquei quatro dias, mas acredito que cinco dias em Noronha é o ideal. Conte meio dia na chegada e meio na volta. Com isso, terá três dias cheios e duas metades. Se você fechar um pacote como o meu, com Caminhada Histórica, Ilha Tour e Passeio de Barco inclusos, minha dica é:

1º Dia – Fazer a caminhada histórica. Dá para fazer esse passeio em meio dia e você conhece o Forte e a Vila dos Remédios (a principal da ilha) e as praias do Cachorro e do Meio. Achei legal fazer no primeiro dia para ter uma noção de onde você está. Eu dei muita sorte, pois bem nesse dia o Projeto Tamar tinha programado uma abertura de ninho de tartarugas marinhas. Normalmente o Tamar apenas monitora as tartaruguinhas saindo do ninho, o que ocorre de noite. Mas, para sensibilizar a população e os turistas, eles programam algumas aberturas públicas; isso acontece durante o pôr-do-Sol, já que elas seguem a luz mais forte para se guiarem ao mar. É lindo e vale a pena se informar sobre as datas na sede do Projeto Tamar.
2º Dia – Fazer o Ilha Tour. Esse é um passeio de jipe 4X4 que passa por quase todas as praias da ilha e mirantes, e dura umas 10 horas. 70% do tempo você passa em trilhas. Leve seu equipamento de mergulho, snorkel e cia, porque se a visibilidade for boa (o que é quase certo, a não ser em casos raríssimos como o meu, já que fui em época de chuva) você poderá mergulhar. Peloamordedeus, desça a escada para a Praia do Sancho. É sinistra, no meio de uma fenda nas pedras, quando chove tem uma cachoeirinha por lá e dá medo, mas não tem desculpa, é sensacional. Já na praia, tome um banho na cachoeira escondida no canto direito. E tire muitas fotos, porque não é à toa que essa é considerada uma das praias mais bonitas do Brasil, senão a mais bonita! 3º Dia – Fazer o passeio de barco. É um passeio por todo mar de dentro, desde a Ilha de Rata até a Ponta da Sapata. O barco passa por lugares lindos, inclusive a Baía dos Golfinhos. Dá para tirar muita foto bacana. A parada para mergulho normalmente acontece na Baía do Sancho – nade até o canto direito ou o esquerdo, onde tem bastante coral e muita vida marinha. Eu dei sorte e fiquei amiga do Osmar, o cara que cuidava do barco. Depois que todo mundo desceu, ele me levou até o naufrágio que fica bem pertinho do Porto de Santo Antônio, de onde saem os passeios. Ficamos 1h30 mergulhando por lá e eu vi tartarugas marinhas, arraias, moreias, muitos peixes e o naufrágio, claro. Mesmo se você não ficar amigo do barqueiro, vá até o porto e mergulhe por lá, vale a pena. Eu não fiz, mas uma outra dica para esse dia é madrugar e antes do passeio de barco, fazer o passeio para ver o sol nascer do mirante dos golfinhos e ver esses animais fofíssimos chegando à baía. Aliás, eu não vi golfinho, mas não sou referência, porque eu NUNCA vi golfinho na vida, e olha que eu já morei na Austrália, viajei muito nessa vida e já vi até baleia. É pé frio mesmo.
4º Dia – Não é permitido mergulhar com tubo de ar no mesmo dia em que você pega o avião, ou seja, esse é um bom dia para o programa. Eu não mergulhei por causa do meu ouvido, mas dizem que é imperdível. Eu conheci um instrutor de mergulho que disse que a empresa Atlantis é a maior e mais bem equipada da ilha. De qualquer maneira, o mergulho simples normalmente dura meia hora, umas duas horas o passeio todo. Então, a dica é se programar para fazer mais alguma coisa durante o dia. Você pode fazer um passeio à cavalo ou de caiaque, alugar uma bicicleta, escolher alguma trilha bacana ou alugar um buggy. Como disse, Noronha tem a menor BR do Brasil, com 7,5km, que vai do Porto de Santo Antônio até a Baía do Sueste. Dela saem estradinhas de terra que levam às praias ou até o início de trilhas para as praias. A ilha é muito bem sinalizada e segura.
5º Dia – Dos passeios interessantes feitos pelas agências, sobrou o plana-sub, em que uma prancha é puxada por um barco deslizando pelo mar. É uma hora embaixo d'água e dizem que você vê muita coisa. Eu não fiz esse passeio, pois optei em ir para a Praia da Atalaia, já que no dia do meu Ilha Tour choveu. Atalaia é uma praia linda, que tem uma piscina natural que serve como berçário para os animais marinhos. Por dia, são permitidas 100 pessoas em quatro grupos de 25 que ficam lá por meia hora. A praia abre de manhã, por isso na noite anterior fique esperto ao horário que é passado no noticiário local, o Jornal da Ilha, da Globo. Sabendo o horário, chegue lá uma hora antes. O acesso é pela Baía do Sueste. Prepare-se: a vista na chegada é simplesmente estonteante. Eu fiquei sem palavras... Bom, depois aproveite as horas restantes e volte à praia que mais gostou, de buggy ou a pé. Eu fui para a Cacimba do Padre e fiz a trilha para a Baía dos Porcos e de lá para a Praia do Sancho (essa é proibida, mas tem acesso à la jeitinho brasileiro e é tranqüila).
Noite – Todas as noites acontece na sede do Projeto Tamar uma palestra sobre a biodiversidade da ilha. É de graça e muito interessante, já que Noronha é uma reserva, tem vasta área de preservação ambiental, fauna e flora riquíssimas e muita história. As palestras acontecem às 21h e têm duração de 1 hora. O esquema em Noronha é acordar cedo e aproveitar o dia, mas para quem quer curtir uma baladinha, quase todo dia rola forró no Bar do Cachorro. Mas, segundo os nativos, quinta-feira e sábado são as melhores noites de Noronha, pois tem reggae na pizzaria. Tudo isso na Vila dos Remédios. Como eu já disse, a ilha é super segura e dá para caminhar tranquilamente de noite. Entre as vilas Floresta Nova e Floresta Velha tem uma praça muito bonita, que fica iluminada de noite. Vale dar uma passadinha por lá.

Para comer – A ilha tem um monte de restaurante, desde self-serve por quilo até outros caríssimos. A minha dica é fazer umas comprinhas no continente e levar na mala alguns itens básicos, como água, bolachas e lariquinhas. Eu levei também alguns cupnuddles, que quebram o galho se você estiver com pouco dinheiro – o que era o meu caso. Tem alguns mercadinhos na ilha, mas as coisas são bem mais caras do que no continente, mas quebra um galho. Na vila Floresta Nova tem um distribuidor de bebida e dá para comprar uma latinha de cerveja por um preço bem mais acessível do que no mercado. Quando fui, paguei 3 latas de Skol geladas por R$5,00.

Grana – É muito relativo definir um valor por dia, porque depende de quanto você está disposto a gastar. Eu estava sem grana e no meu pacote, já estava incluso passagem, hospedagem e os três passeios. E eu levei na mala algumas coisas para comer. Então, meus gastos foram basicamente entre almoço no restaurante por quilo, presentinhos bem dos simples, umas cervejinhas, o aluguel do equipamento de mergulho e o buggy, que dividi com amigos. Além da taxa de preservação ambiental por cada noite de estadia, que quando fui, era R$ 34,40. No total, em quatro dias, gastei menos de R$ 250, sendo BEM econômica e não fazendo nenhum passeio extra.

*Se você não tiver o equipamento de mergulho (snorkel, máscara e nadadeira), você poderá alugar na ilha. Custa entre R$ 10 e R$ 15 por dia. Pechinche!!!

*Não esqueça de fazer um kit primeiro-socorros, porque em Noronha só há um pronto-socorro simples. Remedinhos básicos nesse kit, mas vale lembrar de colocar um Afrin para o nariz, um colírio, remédio para dor de cabeça, para dor de barriga, para febre e um engov, porque nada pior do que acordar de ressaca em Noronha.

*Pesquisando bem dá para fechar um pacote com preço bom. Além disso, tem coisas que só o cartão de crédito pode fazer por você. Por isso, faça as contas, dê uma boa parcelada e vá, sem medo de ser feliz. Se você preferir fechar os passeios na ilha, negocie, porque dá para chegar a um bom preço.

*O único banco da ilha é o Banco Real, mas tem serviço 24horas.
*Quem tem celular TIM pode ficar sossegado que a empresa tem uma antena lá e o sinal é sempre muito bom.
*De Novembro a Março é época de seca e de ondas. De Abril a Julho chove, mas é quando a ilha fica mais verde. De agosto a outubro não chove mais, mas o verde ainda está lá e as águas estão mais claras.
Minhas dicas
- Converse muito, principalmente com os nativos, e faça amigos.
- Assista ao pôr-do-sol do Forte de São Pedro, entre as praias do Americano e Boldró.
- Peça carona, sem medo.
- Desça o Sancho.
- Durma cedo para acordar cedo, mas curta pelo menos uma noitada.
- Vá às palestras do Ibama e Projeto Tamar.
- Contemple a Baía dos Porcos, a Praia da Atalaia, a cachoeira do Sancho e o Morro Dois Irmãos. Foi o que eu mais amei.
- Mergulhe, seja de snorkel, seja de equipamento.
- Se você for entre abril e julho, época de chuva, leve um tênis e pise na lama.

terça-feira, 10 de junho de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ter saudade no final da tarde

Faça o teste: tire férias do trabalho, compre uma passagem aérea (de preferência em promoção) e vá para aquele lugar que você sempre sonhou. No avião, espie a vista pela janela, repare na geografia, montanhas, rios, cidadezinhas e estradas lá em baixo, viaje no formato das nuvens, no sol, na lua e nas estrelas vistas lá de cima - tudo ao som da sua música predileta no iPod. É felicidade na certa, com direito a sorriso bobo.

Eu fiz isso. Tirei 18 dias de férias. Primeiro, fui para Ubatuba, na casa da Fê. Só amigos, muita risada, churrasco e descanso. Delícia!

Depois, embarquei para Natal. Cidade da minha mãe, terra dos meus avós. Minha avó nasceu num sítio em Alagadiço Grande, vila de Macaíba, cidade a 50km de Natal, onde teve minha mãe e meus cinco tios. Sempre quis ir para lá, lugar de onde vêm todas aquelas histórias, as lendas que minha avó contava, mas nunca tive uma oportunidade. Esse ano, fui praticamente obrigada pelo RH do meu trabalho a tirar até o fim de maio os dias que restavam de férias. Não deu tempo de combinar os dias com algum amigo e por isso decidi ir para lá e aproveitar a estadia na casa de uma das primas da minha mãe.

Eu adoro viajar sozinha. Já tinha feito isso na Europa e na Austrália. É um tempo para ficar comigo mesma e ter as minhas próprias descobertas, principalmente num lugar com tanta descoberta das minhas raízes – acho também que dessa vez nenhum amigo ia ter muito saco de ficar visitando os meus parentes distantes.
Bom, mala pronta e passagem na mão, embarquei para Natal. Quando cheguei lá, me dei conta de que não fazia a menor idéia do que esperar dessa viagem tão pouco programada. No primeiro dia, Alba, uma das primas da minha mãe, e Monteiro, seu marido, me buscaram no Aeroporto e me receberam em sua casa.

Natal é uma cidade grande e como eu estava sozinha e em busca de lugares mais tranquilos e diferentes, em Natal mesmo acabei ficando só dois dias inteiros. Como no segundo dia, que conheci Ponta Negra, a praia mais badalada da cidade e realmente muito bonita. Tem um calçadão para caminhar que vai até bem longe, passando pela Praia da Barreira D'água, que antigamente abrigava as dunas do Parque das Dunas e hoje tem grande parte dos hotéis de maior luxo da cidade. No fim da tarde, peguei um ônibus que passa pela Via Costeira, com vista para o mar e todos esses hotéis, e depois pelas praias ao norte, como da Areia Preta, dos Artistas, do Meio e do Forte, chegando a nova Ponte Forte Redinha. É um passeio simples e bacana, vale a pena se você tiver tempo.
Como eu não tinha nada muito programado para essas férias, a idéia era conhecer Natal, Pipa, fazer passeios de buggy e no máximo esticar até São Miguel do Gostoso, onde Alba e Monteiro têm uma casa. Mas um dos meus primos me convenceu a mudar um pouco os meus planos ao me perguntar “você vai a Noronha?” Mas eu vou deixar Fernando de Noronha para depois, porque merece um post exclusivo.


Bom, no terceiro dia fiz um passeio de buggy
às praias do litoral norte do Estado, até Muriú, passando pela famosa Genipabu. O roteiro inclui nove praias, dunas e lagoas. É um passeio óbvio, mas vale a pena, porque não dá para ir a primeira vez a Natal e não andar de buggy “com emoção”...

No dia seguinte, paguei por outro passeio, dessa vez para o sul, passando por várias praias, entre elas Pirangi (onde fica o maior cajueiro do mundo), Tabatinga (com parada no Mirante dos Golfinhos), Malembá (com piscinas naturais), a linda travessia de balsa em Tibau do Sul e os mirantes naturais de cima das falésias da Ponta do Madeiro e do Chapadão, já em Pipa. Passei dois dias em Pipa e fiquei na Pousada Praiana. E aí, posso ser do contra, mas confesso que não me apaixonei por Pipa. É uma vila bonitinha, com vários bares, restaurantes e lojas, bem no estilo de Ilhabela. Eu estava sozinha e o segundo dia choveu, talvez em outras condições a minha opinião fosse outra – por isso quando eu voltar a Natal quero voltar lá.

Na volta, peguei um ônibus e tive uma boa surpresa, pois era uma linha comum e passou por vários vilarejos bem simples, por uma estrada linda. Eu adoro ver essas coisas, a vida das pessoas locais. Adorei! De noite, já em Natal, jantei no restaurante Camarões com os meus primos. Se você for a Natal, coma por lá, é muito gostoso e tem pratos bem regionais.

Na manhã seguinte, fui com Alba e Monteiro para São Miguel do Gostoso. É uma cidadezinha a 100km ao norte de Natal, bem na curva do mapa do Brasil. Por isso, recebe vários tipos de vento e é o destino de muitos praticantes de windsurf e kitesurf. A praia é linda e nessa época do ano a maré fica mais baixa, liberando uma grande faixa de areia. O pôr-do-sol é um dos mais lindos que já vi, sem brincadeira. Lá, comi um caldo de arraia de-li-ci-o-so no Bar do Tico, onde também jantei de noite. Saí de São Miguel certa de que um dia eu volto e para ficar pelo menos uma semana.
Passei quatro dias em Fernando de Noronha, mas como disse, vou deixar para depois, porque aquele lugar é tão incrível que merece um post exclusivo.


De volta a Natal, separei o meu último dia para duas coisas especiais: a manhã inteira passeando pela terra da minha avó, conhecendo mais parentes e comprando comidas para levar para São Paulo, e a tarde comendo uma deliciosa caranguejada com Márcio, meu outro primo.
Alagadiço Grande é uma vila que faz parte de Macaíba, cidade a 50km de Natal - vizinha de São Gonçalo, onde será construído o maior aeroporto da América Latina, pois está é região brasileira mais próxima da Europa. Meus bisavós, Pai Coelho e Mãe Marica, tiveram seus 14 filhos lá, em um lindo sítio. Minha avó, Julieta, é uma das mais novas e se casou com o
meu avô Genival
nessa casa. Eles foram para Natal e lá tiveram seus seis filhos, entre eles minha mãe, a mais velha. Quando minha mãe tinha 10 anos e todos seus irmãos já haviam nascido, a família se mudou para São Paulo, mas meus avós voltavam todas as férias. Eles iam de carro, que era vendido por lá, e voltavam de avião. Então, são anos e anos de histórias que cresci ouvindo. Eu sempre adorei o fato de ter o sangue 100% brasileiro, de ser descendente de índios (por parte do meu avô materno, que na verdade nasceu na Paraíba) e chegar naquela casa foi uma emoção forte para mim, um energia muito boa.
Férias fechadas com chave de ouro. Agora estou de volta à realidade, muito mais leve e feliz. Afinal, moro no caos de São Paulo e tenho que aproveitar essa vida louca que levo como paulistana para ganhar o dinheiro que me permite viajar, viajar, viajar, a coisa que eu mais gosto nessa vida!


Para não perder o costume, uma música, que nesse caso foi a trilha sonora da minha viagem.

Num Dia
Arnaldo Antunes

sujar o pé de areia pra depois lavar na água
lavar o pé na água pra depois sujar de areia
esperar o vaga-lume piscar outra vez
ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima
sujar o pé de areia pra depois lavar na água

respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
não esperar nada acontecer
ser gentil com qualquer pessoa

sujar o pé de areia pra depois lavar na água
lavar o pé na água pra depois sujar de areia
esperar o vaga-lume piscar outra vez
ouvir a onda mais distante por trás da onda mais próxima

respirar
sentir o sabor do que comer
caminhar
se chover, tomar chuva
ter saudade no final da tarde
para quando escurecer esquecer
ao se deitar para dormir, dormir