“Aaaaaaaaah, tem m monte de cobra, aranha, barata e rato na minha cama! Você é burra, não vê?”
Segundo o Houaiss, o sonambulismo (ou noctambulação) é um “fenômeno que ocorre com algumas pessoas, que se levantam dormindo, caminham, falam e realizam algumas atividades durante o sono, e não se recordam disso quando despertam”.
A vida inteira a noctambulação – adorei essa palavra! – me perseguiu. Até onde chega a minha memória, sempre foi comum no meio da noite eu abrir os olhos e sair andando pela casa, sem consciência de nada. Falar de noite, então, normalíssimo!
Uma vez, estávamos eu e o Tico, meu irmão, assistindo Vamp no Vale a Pena Ver de Novo. Eu adormeci e em pouco tempo abri os olhos, comecei a pular na cama e gritar que o Vlad ia atacar a gente. Imagina a cara do meu irmão. Outra vez, já adolescente, eu estava passando o carnaval em uma casa que a família da minha amiga, a Pri Nê, tinha alugado. Era de tarde e nós duas estávamos cochilando para recarregar as energias para a festa da noite. Todas as outras pessoas da casa assistiam ao desfile na TV. De repente, eu pulo da cama de cima do beliche, corro para a sala e começo a gritar para mãe da Pri que tinha um monte de cobra, aranha, barata e rato na minha cama. E o pior, chamei a dona Anita de burra, porque ela não entendia nada e, obviamente, não via nenhum bicho nojento na minha cama. A partir desse dia, passei a explicar para todo mundo que sou sonâmbula e a não dormir mais na cama de cima do beliche. Ano passado eu ia acampar com uma turma enorme em Ilha Grande e tive que avisar todo mundo antes de chegarmos lá que sou sonâmbula e que eles poderiam ouvir gritos ou me ver andando pela praia durante a noite. Até dou uma exagerada quando conto e deixo a história vivar uma piadinha – fica engraçado e menos constrangedor. Isso só para contar alguns exemplos estranhos do que já aconteceu comigo.
A sensação é louca. Na hora, se alguém me contrariar eu insisto que sei o que estou fazendo. Segundos depois, mesmo sem muita consciência, percebo que aquilo é sonho e volto para cama – se alguém estiver comigo, me desculpo mil vezes. No dia seguinte, muitas vezes me lembro que algo aconteceu, mas lembro como um sonho.
Mesmo se eu não abrir o olho, podem acontecer vários episódios diferentes. Eu me assusto demais. Muitas vezes sonho que aparece um caminhão do nada, que vem em minha direção, bate na parede e cai em cima de mim. Ou então, o teto de cima da minha cama desaba na minha cabeça. Aí, levanto correndo da cama e, quando me dou conta, estou na porta do quarto, no banheiro, no corredor. Isso quando não grito alto, mas tão alto, a ponto da minha mãe achar que tem alguém me atacando no quarto...
Uma vez, fiz um teste da Revista da Folha, do tipo “descubra se você é sonâmbulo” e deu algo como “sim, você apresenta sinais de sonambulismo”. Meu irmão é o que mais se diverte e vive falando que vai colocar um gravador escondido no meu quarto e me mostrar no dia seguinte. Mas, credo, eu acharia estranhíssimo.
Nunca procurei entender a fundo o sonambulismo, mas deve existir um monte de estágios e explicações.
Ano passado, durante o coquetel do prêmio Trip Transformadores, da editora em que trabalho, eu conheci o Sidarta Ribeiro, neurocientista do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, vencedor da categoria Sono. Bem curiosa, fui perguntar sobre o meu caso e descobri que, na verdade, o sonambulismo não é um estágio do sono, mas um fenômeno à parte. Como não é sua especialidade, ele me explicou mais ou menos que o sonambulismo acontece durante o primeiro estágio do sono, quando ainda não entramos no REM, o estágio mais profundo. É verdade, normalmente tenho esses surtos pouco tempo depois de deitar.
Pelo que li por aí, a causa do sonambulismo ainda é desconhecida e, na maioria das vezes, acontece apenas na infância. E, normalmente, atinge pessoas que têm muita necessidade de sono. Bom, isso é verdade. Apesar de eu continuar sonâmbula até hoje, eu costumo precisar de no mínimo 9 horas bem dormidas. Tem até explicação espírita para a coisa, tipo um passeio da alma, mas aí a história fica complexa demais.
Li num site que “as pessoas que passam a ter crises de sonambulismo a partir dos 20 anos de idade, devem ser examinadas por um médico especialista e devem fazer uma polissonografia numa clínica de sono. Os medicamentos benzodiazepínicos costumam ser eficazes no transtorno, porque diminuem as fases profundas do sono”. Pô, mas não tenho coragem – nem necessidade, pra ser sincera – de procurar um neurologista. E esse tal exame chamado polissonografia, que avalia o sono e suas variações fisiológicas, é daqueles em que você tem que dormir várias noites em uma clínica cheia de fios ligados em várias partes do corpo. Tomar remédio para “curar”, então, nem pensar. Hmmm, acho que não vou fazer nada disso, só se a coisa negócio ficar muito, mas MUITO séria.
O negócio vai ser continuar avisando todo mundo que sou sonâmbula e não dormir na cama de cima do beliche. E se você me encontrar perambulando por aí durante a noite, basta falar comigo com calma e me levar direto para a cama. E não, não adianta me fazer perguntas durante a noite, porque as minhas respostas serão todas falsa e sem sentido!
Nunca procurei entender a fundo o sonambulismo, mas deve existir um monte de estágios e explicações.
Ano passado, durante o coquetel do prêmio Trip Transformadores, da editora em que trabalho, eu conheci o Sidarta Ribeiro, neurocientista do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, vencedor da categoria Sono. Bem curiosa, fui perguntar sobre o meu caso e descobri que, na verdade, o sonambulismo não é um estágio do sono, mas um fenômeno à parte. Como não é sua especialidade, ele me explicou mais ou menos que o sonambulismo acontece durante o primeiro estágio do sono, quando ainda não entramos no REM, o estágio mais profundo. É verdade, normalmente tenho esses surtos pouco tempo depois de deitar.
Pelo que li por aí, a causa do sonambulismo ainda é desconhecida e, na maioria das vezes, acontece apenas na infância. E, normalmente, atinge pessoas que têm muita necessidade de sono. Bom, isso é verdade. Apesar de eu continuar sonâmbula até hoje, eu costumo precisar de no mínimo 9 horas bem dormidas. Tem até explicação espírita para a coisa, tipo um passeio da alma, mas aí a história fica complexa demais.
Li num site que “as pessoas que passam a ter crises de sonambulismo a partir dos 20 anos de idade, devem ser examinadas por um médico especialista e devem fazer uma polissonografia numa clínica de sono. Os medicamentos benzodiazepínicos costumam ser eficazes no transtorno, porque diminuem as fases profundas do sono”. Pô, mas não tenho coragem – nem necessidade, pra ser sincera – de procurar um neurologista. E esse tal exame chamado polissonografia, que avalia o sono e suas variações fisiológicas, é daqueles em que você tem que dormir várias noites em uma clínica cheia de fios ligados em várias partes do corpo. Tomar remédio para “curar”, então, nem pensar. Hmmm, acho que não vou fazer nada disso, só se a coisa negócio ficar muito, mas MUITO séria.
O negócio vai ser continuar avisando todo mundo que sou sonâmbula e não dormir na cama de cima do beliche. E se você me encontrar perambulando por aí durante a noite, basta falar comigo com calma e me levar direto para a cama. E não, não adianta me fazer perguntas durante a noite, porque as minhas respostas serão todas falsa e sem sentido!
Leia também Senta que lá vem a história.
3 comentários:
Gaybis,
Não acredito!!!
Você é sonâmbula!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Como assim? Jésuis do céu!
Olha, eu sou meio mística, você sabe. No seu lugar, trataria de tomar um banho de 7 ervas pra tirar encosto. Brincadeira...
Amo!
Carioca lindaaaaaaa!
A Marília acabou de me mandar um email dizendo que vc deixou um comentário sobre nossos textos "miantes".
Mundo pequeno mesmo!
Anota meu email e mande notícias:
pdsr.santos@hotmail.com
Saudades...
Bjo grande
ahahaha. muito bom
beijo
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