sexta-feira, 9 de maio de 2008

Amizade é um bicho estranho

Amizade é um bicho estranho. Eu tenho amigos de infância, amizades de mais de 20 anos. E tenho também amizades que já se foram. Que na época em que fomos amigos foi muito intenso, mas que hoje em dia já passou. Moram apenas nas lembranças, nas fotos e no orkut. Mas quando me refiro a algum deles uso a palavra “amigo”.

As amizades que duram até hoje foram feitas na época da escola. Tenho amigas que conheci na pré-escola, são de fato, as mais antigas. Tenho um amigo que conheci na segunda-série e que estudou comigo até o terceiro colegial. E tenho amigos que fiz no último colégio que estudei, principalmente no colegial. Na faculdade fiz poucos e bons amigos também.

Meu terceiro colegial foi sem duvidas o melhor ano da minha vida, ano 2000. Lá minhas amizades se consolidaram. Andávamos eu, a Pri, a Gabi, o João, o Lucas, a Maísa, o Fernando e o Márcio. Éramos o grupo do fundão, e sempre que dava alguma merda nós éramos apontados como os culpados, o que quase sempre era verdade.

A Maísa era a mais inteligente, a que fazia menos “arte”, a que não bebia, e nem fazia coisas erradas, até então. Neste ano conseguimos fazer com que ela pulasse o muro da escola para cabular aula, fosse posta pra fora da classe, e ficasse bêbada na nossa viagem de formatura, em Porto Seguro. Se formou em Biologia e hoje em dia dá aulas.

O Márcio era como a Maísa, bem quietão, na dele, mais parecia um urso de pelúcia, porque era bem grandão perto de nós. E esse continuou assim durante todo o ano, mas era um amigão. Me dava caronas em sua Honda Biz, aquela motinho, sabe? Até a minha casa, sendo que nem era tão caminho assim. Obrigada Much pelas conduções economizadas. Much era o jeito carinhoso que as meninas o chamavam. Nome de bicho de pelúcia. Se formou em Administração, pela FAMEC, a faculdade do colégio onde estudávamos. Isso é que é amor pela instituição.

A Pri é minha amiga desde a 6ª série, amiga de não desgrudar, de contar todas as intimidades, segredos, fofocas, de passar as tardes juntas, de aprontar muuuito e de ter muitas histórias pra contar. Ela, das meninas, era a mais arteira, a que mais aprontou, e com certeza a que mais se divertiu. Por ironia do destino, foi a primeira da turma a casar. Com direito a colocar eu, a Gabi, o João e o Lucas como seus padrinhos. Ela morava no mesmo bairro que eu, o que facilitou muito a nossa amizade. No seu casamento teve direito à lenço de papel no bolso dos padrinhos, para acalmar as madrinhas choronas. E com razão, não é todo dia que uma das suas melhores amigas casa, e que seus outros melhores amigos estão no altar junto, abençoando os noivos. Foi lindo, ficamos muito bêbadas e, pra comprovar, tem tudo gravado! Se formou em Relações Públicas e manja tudo de eventos.

O João, dessa turma, é meu amigo mais antigo, estudei com ele desde a 2ª série, mudamos de colégio juntos, e não nos desgrudamos até o terceiro colegial. Esse eu posso dizer que é irmão. Uma peste também, principalmente quando se juntava ao Lucas e aos outros meninos que eram de outras salas. Na classe ele me fazia chorar de rir, especialmente quando imitava uma galinha no meio da aula. Toda vez que me vê, até nos dias de hoje, brinca comigo perguntando se meus peitos cresceram. Brincadeirinha bem idiota, levando em conta que eu sou bem magrela, e meus peitos bem pequenos. Mas, ainda assim, ele me faz rir só de olhar. Se formou em jornalismo, assim como a Gabi, e escreve muuuito bem. Um orgulho da minha vida.

O Fernando era mais amigo dos meninos do que das meninas, mas também aprontava muito, e estava sempre com a gente. Tinha um jeitão meio tímido, mas sempre estava no meio das maracutaias junto com Lucas, João e cia. Andava de skate na frente do colégio, para impressionar as menininhas. Ainda não se formou, mas cursa Administração.

O Lucas era, sem sombra de dúvidas, o pior de todos. Era oq caía da cadeira, o que entupia a pia do banheiro para a água vazar pelo corredor (e depois tomar um tombo com a própria água derramada), era o que sempre levava advertência, suspensão, ameaça de expulsão da escola, etc, etc. Andava de skate todos os dias na frente do colégio, surfava nos finais de semana, e vinha todo feliz na segunda-feira contar a nova manobra que tinha conseguido fazer. Assim como eu, Ubatuba era a sua praia, mais especificamente Itamambuca. Tinha, e ainda tem, a mania de falar “puuuuutz” quando algo dava errado. É o único homem loiro da turma, assim como eu sou a única loira. Coincidência do destino, ou não, fez Educação Física, assim como eu, e hoje mora na Austrália.

A Gabi, é a Gabi Borges, essa que virou jornalista e fez um blog comigo. Ela era menos arteira que eu e que a Pri, mas era bem mais do que a Maísa. Ficamos amigas no segundo colegial e não nos desgrudamos nunca mais. Pegávamos ônibus juntas para ir embora da escola e de manhã eu ia de carona com o pai dela. É a mais morena da turma, com traços de índia. Gostamos de muitas coisas em comum e moramos bem pertinho. Acho que isso, além de outros fatores que a vida nos proporcionou, fez com que ficássemos tão amigas até hoje. Ela me entende e eu a entendo.

Nossa viagem de formatura em Porto Seguro foi incrível, mas passou muito rápido. Acho que o antes da viagem foi o mais gostoso, a expectativa, os planos, a contagem regressiva. Claro que lá foi sensacional. Ver a Maísa bêbada pela primeira vez foi impagável. Aprontar muito, rir muito, chorar um pouco, tomar muito sol, comprar muitas bugigangas, não dormir, dançar muito axé e tirar muitas fotos foi só um pouquinho do que fizemos.

Fiquei incrivelmente triste quando o ano acabou. Eu sabia desde o primeiro momento que aquele tinha sido o ano da minha vida. O ano que eu escolheria se pudesse voltar no tempo. Aquela famosa frase “que tempo bom, que não volta nunca mais”.

Maio/2008

Quando eu tive que me despedir de um amigo, aqui.

2 comentários:

João Prado disse...

fezinha!

que bom que vc tem um blog e agora posso ler textos como esse. orgulho tenho de vc, querida!

beijos desse amigo de sempre

OBS: cachaça? almoço? escolhe e me fala

Pric´s disse...

Pri - Pra que fazer a gente chorar?
Nossa, que saudades dessa época!
AIAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Que saudade de ver essas pessoas todos os dias de manhã, e de compartilhar as vidas....AMO PRA SEMPRE