Se você é o empregado
Frilar pode ser muito bom. Tem vezes na vida que você não quer se prender a um único emprego e decide trabalhar de casa, frilando para vários lugares diferentes. Dependendo da situação, há diversas vantagens se comparado ao contrato de trabalho formal. Ao mesmo tempo em que carteira assinada te dá, por exemplo, segurança, garante FGTS* e seguro-desemprego, te prende a um único emprego e, no caso de jornalistas, você não pode sequer escrever para veículos de outras editoras. Tem vezes, também, que você começa fazendo um frila simples, depois faz outro para o mesmo lugar, e outro e outro e outro. Quando vê, já está todo dia na mesma firma, ganhando por mês, almoçando com os colegas. E é aí que você vira frila-fixo. Vantagens? As mesmas do frila esporádico, mas com chances de tentar um aumento e ter uma certa segurança. Além disso, você pode até não ter um FGTS* garantido, mas o imposto retido na fonte é bem menor e a possibilidade de fazer a sua própria poupança aumenta. No entanto, o tempo disponível para trabalhar de casa e fazer trabalhos para outros lugares diminui; frilar para outros lugares torna-se uma tarefa mais difícil, desafiadora e, em alguns casos, impossível, já que o chefe passa a exigir exclusividade. Vai de você aceitar ou não.
Se você é o empregador
Trabalhar com frilas também pode ser muito bom. Os impostos pagos são menores, as obrigações também. Apenas quando necessário você entra em contato com este profissional. Em casos urgentes, quando você precisa de um especialista em assuntos específicos, para cobrir férias de um outro funcionário. Ele vai lá, faz o que você pediu, ganha por aquele serviço e tchau. Com o tempo, aquele frila que começou fazendo um trabalho pequeno pode passar a ter a sua confiança e sempre que você precisa de alguém ponta firme, até mesmo para representar a sua empresa, o contrata. Assim, ele começa a praticamente fazer parte da firma. Você arruma uma mesa com um computador para quando houver necessidade e ele se torna um frila-fixo. Vantagens? Apesar de tê-lo como fixo, não há a obrigação de encontrar com ele todos os dias, nem ter que pagar por seus serviços todos os meses. Quando a folha de pagamento aperta, basta dizer “esse mês não precisamos de você”. No entanto, normalmente a empresa precisa daquele profissional tanto quanto ele precisa de dinheiro. Por isso, não há a garantia de que ele estará ali, sempre disposto a te ajudar ou ser exclusivo.
É comum ver frilas que tentam desesperadamente se tornar empregados, mas esbarram na falta de interesse do empregador em aumentar o quadro de funcionários e, consequentemente, as despesas. Assim como são comuns as empresas que tentam contratar seus melhores frilas, mas esbarram na vontade dos mesmos em manter a liberdade de frilar para onde quiserem, sempre que quiserem, com quem quiserem, do jeito que quiserem.
E assim caminha a humanidade.
* FGTS – Foda Garantida Toda Semana.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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3 comentários:
Fenomenal...
E vc Gabi, o que prefere? Frila, frila-fixo ou empregado?
Não sei.. os prós e contras são mtos. Acho que prefiro ficar sem ninguém, hahahaha.
[tá bom que isso acontece]
Mandou bem!
é o frilo pq kilo!
beijos,
JP
Vamos combinar que frila-fixo é complicado pra todo mundo. É ilegal para o empregador, pois constitui vínculo empregatício, sem carteira assinada. É ruim para o empregado, que se um dia é mandado embora do seu "frila sem fim", tá fudido e mal pago (literalmente). E se a questão é ter segurança no emprego, que seja com carteira assinada. Porque se botar na ponta do lápis, o que você ganha a mais como freela, não é muito mais do que ganharia juntando salário, FGTS, aposentadoria, seguro desemprego, entre outros benefícios que os registrados têm e muitas vezes os freelas não.
Bjocas Gabi.
Ótimo texto e blog!
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